background image
Produzindo moda com
LUCRATIVIDADE
Por Cristina Costa Cox | Consultora organizacional
O
processo criativo é contínuo -- uma viagem, uma imagem,
um filme, um passeio, um livro, uma conversa, tudo remete
a uma ideia. É um mundo diferente. Fazer o link desse
mundo com o mundo dos negócios é um caminho que
exige dedicação.
Quem tem o dom de criar moda é,
na verdade, um artista. É alguém que
expõe sua visão de mundo em cada
peça que cria. É uma pessoa que se
expressa através de seu trabalho.
Que busca colocar para fora as
ideias que borbulham dentro de si
e que o acompanham 24 horas por
dia. É decisão de dar um salto em
termos financeiros e práticos muito
compensador, pois se o mercado
demanda o produto, certamente o
que vem pela frente são resultados
financeiros favoráveis.
De maneira geral, muitas empresas
de moda começam pequenas,
nascem de um sonho, em casa ou
em pequenos ateliês, minifábricas.
Outras dividem o processo criativo do
processo de produção, utilizando a
terceirização, e ainda outras mesclam
as duas formas de trabalhar. A escolha
de uma dessas formas depende das
necessidades, do perfil ou mesmo
das circunstâncias. Estruturar o
negócio sem perder a essência é uma
tarefa possível com a ajuda de um
profissional de consultoria.
O mercado é outra preocupação
-- tem uma grande influência no
processo. Mas temos que considerar
que sempre existirá demanda
para bons produtos. No caso da
moda, quem não quer adquirir uma
peça maravilhosa, com um bom
acabamento, dentro das tendências
e com um preço justo? Então, cada
empresa tem o seu nicho de mercado
e, por isso, é única.
Processo
estruturado de
profissionalização
Para organizar ou reorganizar uma
empresa tem que se considerar tudo
isto: o processo criativo, o processo
de produção e o mercado. O que eu
quero dizer é que o nosso olhar como
consultores organizacionais tem que
considerar tudo, entender a cultura
da empresa e os desejos do dono. E
não perder de vista a identidade do
negócio.
Os problemas mais comuns são falta
de espaço, estilo gerencial ou falta
dele, falta de um estudo de viabilidade
econômica e uma outra infinidade de
limitadores para melhorias.
É realmente um ramo fascinante.
Digo isso porque tenho em minha
família duas artistas da moda: minha
mãe e minha irmã. Elas tiveram
uma confecção de médio porte,
na qual trabalhavam duas linhas
distintas, com peças artesanais e
de alfaiataria. Tinham uma carteira
de clientes fiéis espalhados pelo
Brasil. Para elas, o simples fato de
tocar nos tecidos era suficiente para
visualizar as peças a serem criadas --
ficavam horas nas lojas de tecidos.
Mas gostaria de relatar aqui uma
experiência real. Fui indicada pelo
Sebrae para atender a uma empresa,
de reconhecimento nacional, da área
de design de bijuterias. Esse projeto
durou aproximadamente dois anos,
com interrupções, e as reuniões
eram
semanais.
A
empresária
que idealizou e implantou essa
empresa começou tudo na mesa de
jantar de sua casa. A demanda era
aumentar a produção, mantendo
a qualidade e o caráter artesanal.
Extremamente criativa, a empresa
lançava anualmente três coleções
compostas de mais 700 peças, entre
brincos, colares, anéis e outros. O
trabalho de organização se deu passo
a passo, ouvindo, desenhando a nova
negócios
Moda Brasil | 58